Ernest Hemingway, 402p.
E aqui está um dos meus queridinhos. Hemingway.
Críticos dizem que há espaço para autobiografia nesta obra, uma vez que o autor foi realmente motorista de ambulância voluntário na I Guerra Mundial, mas na minha singela opinião, criar uma personagem com a própria experiência é mais fácil para descrever suas situações e seus sentimentos, tornando a ficção mais realista; portanto, acredito que ele tenha utilizado esta velha fórmula, criando, como é seu costume, mais uma obra fenomenal, mas eu sou suspeita. Sou fã.
Eu que não vivi uma guerra, e espero nunca viver uma, não consigo imaginar a realidade e existem partes que nunca me passaram pela cabeça, por exemplo, ordem de retirada. Tudo bem, entendo que exista, mas como se faz? E o que se leva? Para onde se vai?
Acredito que existam milhares de itens a serem vividos dentro de uma guerra, sem contar as dezenas de sentimentos: euforia, medo, dúvida, revolta, saudade, nervosismo, e tantos que não consigo imaginar o conjunto.
Hemingway consegue descrever cenas com uma realidade incrível e sem dramas, apenas o que é, como é.
Confesso que, por ser uma obra que demonstra muitos pormenores técnicos, me senti sem disposição em algumas partes, mas insisti, sabendo que pela qualidade do autor, logo adiante eu teria boas surpresas e me envolveria no contexto. E, claro, não me enganei.
Ao longo da trama, também uma história de amor, aquela que o autor não viveu; sendo assim, criou sua versão. Foi engraçado ler alguns diálogos melosos que partiram da mente brilhante dele, do Hemingway.
Meu preferido ainda é, e sempre será “O velho e o mar“, mas Hemingway nunca deixa a desejar!