54. Navegue a lágrima

Leticia Wierzchowski, 205p.

Imagine um livro que você gostaria de ter escrito. Esse é um dos que estão na minha lista. Adorei!!!

“Quando prestamos atenção, é possível ver que o passado permanece vivo e que o tempo é uma coisa única, circular e eterna.”

Todos temos nossa história de amor que um dia vira pedaços e que tentamos, de alguma forma, resgatá-los e colá-los. A personagem principal também teve a sua e, foi morar numa casa onde morava uma escritora. Então, ela vive na casa com as coisas da antiga moradora e começou a escrever sobre a vida da moradora ao observar fotos e bilhetes.

São duas histórias de amor separadas pelo tempo. São duas histórias de perda em uma linguagem leve com uma diagramação suave e diferente.

A personagem está cercada das memórias dos antigos moradores e destas ela consegue enfrentar seus próprios fantasmas. Muito interessante! E, com ela eu vou sentindo a fuga e a compreensão de parte dos meus fantasmas.

“….no fundo, todas as vidas se assemelham na sua ânsia por felicidade…”Navegue a lágrima

“… a felicidade é sutil, é discreta e delicada…

Leitura para mim é isso, um momento terapêutico que eu entro em mim e nas minhas incertezas e angústias procurando compreendê-las.

Me vi em tantos momentos da obra! Me vi imaginando um homem lendo… o que me faz sentir feliz, como a personagem. Não estudo ou livro técnico. Lendo, um livro qualquer, por puro prazer. Para mim uma das coisas mais “sexyes” que existe (rsrsrs – cada louco com sua mania). Tão difícil ver isso!

Me vi nas palavras, nas comparações do estado da alma. A autora escreve exatamente da forma como eu gostaria de ser capaz, e infelizmente não sou. Ela divaga no tema fluindo delicadamente. Linda escrita!

“Escrever me resgatou da solidão e do desespero.”

Adorei!

 

 

53. A profissão da Sra. Warren

Bernard Shaw, 143p.

Nobel de 1925, Bernard Shaw, foi um polêmico dramaturgo inglês do século XX que eu queria conhecer por ter sido polêmico e importante.A profissão da senhora

“Os que triunfam na vida são os que triunfam sobre as circunstâncias.”

Esta obra trata-se de uma peça em 4 atos onde parece que a única maneira de uma mulher se manter é agradando a um homem rico (muitas ainda pensam assim, até hoje). A Sra. Warren é a que explora mulheres, mas tem uma filha que trata como futura alteza, entretanto, a vida bate na porta e as coisas não andam como ela gostaria.

Uma crítica social. Um tema que aborda as diferentes gerações. Uma mãe romântica e uma filha prática e realista.

Na trama, a filha não sabe qual é a profissão da mãe (dona de casa de tolerância), mas a verdade vai surgindo e as reações também. Os atos da filha seguem o oposto dos da mãe. Vão para os de uma mulher independente que luta pelo que deseja.

Uma obra muito interessante. Um autor muito interessante!!! Divirtam-se!!!

52. As esganadas

Jô Soares, 262p.As esganadas

Um dono de funerária, Caronte (nome apropriado) comete crimes contra obesas. Escolhe essas vítimas devido a trauma com a mãe. Nos crimes sempre estão associadas receitas, inicialmente de doces portugueses, depois entram os salgados, e também entrou uma vontade louca de colocar os pés em Portugal e revisitar Sintra e seus doces; ou Alcobaça e seus doces; ou uns pastéis de Belém em Lisboa…. afffffff!!!!! Ganhei uns quilos só de lembrar!

Entra em cena o delegado brasileiro Mello Noronha, auxiliado pelo voluntário, ex-policial em Lisboa, hoje dono de uma rede de confeitaria no Brasil, Tobias Esteves. E lá vem história…. aliás, já estou quase contando tudo para vocês.

Se comecei, vou terminar. Todas morrem “esganadas”, daí o título.

Ao ler nota-se muita pesquisa sobre a época, pois o autor (famoso comediante e apresentador) associa os “reclames” da rádio com “reclames” verdadeiros da época. É possível reviver/conhecer muita coisa, afinal a trama deste livro ocorre na década de 1930 no Rio de Janeiro.

Foi o meu quarto Jô Soares. Sua escrita é tranquila e a linguagem fácil de se acompanhar. A trama tem sequência e não fica indo e vindo entre tempo, espaço e personagens.

Como passatempo foi divertido!!!

51. Um estranho à mesa do jantar

David Gregory, 115p.

Um estranho a mesa do jantarEncontro com Jesus para jantar e filosofar.Papo cabeça e interessante sobre religiões. Hinduísmo, budismo, islamismo, cristianismo, Deus, as mazelas do ser-humano afastando-se de Deus, Céu, Inferno, trindade, verdades, fatos históricos e/ou bíblicos, muito e muito mais.

Um livro que eu sentei, comecei e me envolvi. Refleti muito sobre diversos aspectos que ele aborda, como a existência de um Deus e como encontrá-lo. Para uma descrente como eu, que gostaria de ser crente, foi muito importante ver “outras” formas de pensamento. Bem legal!

Na trama, um convite surpresa para jantar, e ao chegar lá alguém inesperado o aguarda. Jesus. Surge um diálogo interessante.

Imagina só poder sentar e conversar com uma personagem histórica que causa tanto furor até os dias de hoje??? Reflexões inteligentes. Refleti e gostei.

Leitura rápida que flui!!!

50. Um grito de amor no centro do mundo

Kyoichi Kataya, 155p.

Qual a editora mesmo? Alfaguara! Então…. sem surpresa. Muito bom!!! E não, eu não ganho nada deles para elogiá-los.

“…somente o que se escolhe é que se torna realidade; o resto desaparece.”Capa Um grito de amor do centro do mundo.indd

Típico livro que eu quero ler de uma vez, mas que fico economizando para durar mais!!!

Na trama uma amizade entre garoto e garota que torna-se amor. A história do dois vai se desenvolvendo e eles prometem nunca se separar. Mas, como na minha vida, o para sempre, sempre acaba, na deles também. Entretanto, não acabou por opção, o destino altera esse para sempre!

Uma história de amor. DE dor. Bem estilo de hoje, que está na moda, o sick-lit. Mas, uma história com filosofia sobre o que é a morte, o amor.

“A nossa vida se torna longa e entediante quando estamos sós.”

Uma personagem não aceitava nada que não tivesse um fundamento baseado em uma experiência real. Lembrei de alguém que conheço?!?!? Quem será?!?!? Para aqueles que não me conhecem, eu mesma!!! Pessoa mais incrédula!!!!

49. Crônicas de Los Angeles

Annette Lèvy-Willard, 216p.

Crônicas de uma jornalista francesa que se muda para Los Angeles com a família.

cronicas de los angelesQuando o escolhi, pensei que seriam crônicas de bobagens e excentricidades como é Los Angeles e seus arredores, mas entre futilidades, há também muita crítica aos comportamentos bizarros dos “locais”.

Fala de Hollywood, dos vizinhos famosos, dos filhos e a escola, os valores diferentes dos europeus, celebridades, movimentos, jovens, soldados e guerra, clima, invasão (dela) em festas, terrorismo, Oscar, comunidades estrangeiras, etc, às vezes criticando de forma negativa e em outras elogiando.

Nada demais. Historinhas para se ler ao acaso e em alguns casos rir, em outros filosofar.

48. O turista acidental

Anne Tyler, 444p.

Na trama, um sistemático que não gosta de viagens e faz o quê? escreve guias de viagens. Oi?!?!? Mas, são guias para executivos que detestam viajar. Há um casal, em que ele é o marido. Eles perderam um filho e, de repente, a esposa pede o divórcio.o-turista-acidental

Ao se separar, o marido fica com o cão e o gato. O cão é um malcomportado que precisa de treinamento, e aí entra em cena a adestradora, que é o oposto do sistemático, e lá vem história, aventura, romance e quebra de paradigmas.

Conhecia a autora, mas não havia lido nada dela até então. Houveram partes que empaquei, já outras passaram voando, portanto, vai do espírito, do momento.

O encontro do metódico e sistemático com a espalhafatosa adestradora mudará muitos rumos, quebrará velhos hábitos e dissipará tristezas e encontraremos mais um banana, nem tão banana assim. Ai, que legal!!!!

Do meio para o final é uma graça!

Divirtam-se!!!

47. Zadig ou o destino

Voltaire, 152p.

ZadigParecia que eu estava lendo “As 1001 noites”, tudo o que eu não esperava de um autor como Voltaire. De verdade que, a maior parte do tempo, pensei que estava diante da Sherazade de botas. Super legal!

Cheio de lições, de moral, com final de fábula, a leitura flui de forma suave, bem suave, não parecendo vir de um pensador do nível do autor, quando eu esperava uma linguagem chata e rebuscada. Nada disso! Interessante forma de escrita, intercalando as aventuras da personagem que dá título ao livro.

Zadig, homem justo, honesto e forte guerreiro sofre suas injúrias e injustiças, duvida da Providência, mas tem seu fim merecido.

Autor vivaz e irônico, os críticos dizem que ele criou o conto filosófico, onde se encaixa Zadig, revelando o gênero de Voltaire que se tornou símbolo da razão livre e da oposição à crença cega e à intolerância.

Curti!

46. Private – Missão Jogos Olímpicos

James Patterson & Mark Sullivan, 249p.

Segundo livro de uma série, que eu não li o primeiro, mas não importa, o enredo é compreensível de qualquer forma, não há integração com o anterior.PRIVATE__MISSAO_JOGOS_OLIMPICOS

Como eu estava competindo um campeonato conhecido como “Olimpíadas Master”, achei o título pertinente ao momento (rsrsrsrs), e lá foi o livro comigo para mais uma jornada por este mundão! Companhia garantida!!

Na trama, uma agência de detetives, a Private, auxilia na proteção aos Jogos Olímpicos, mas há um sádico/maluco que quer destruir a festa e comete barbarismos.

Um livro policial que evoca ficção e realidade, já que realmente ocorreu uma Olimpíada em Londres e, algumas vezes retratada na obra. A personagem, pelo que entendi, é a mesma do primeiro, Peter Knight, com sua vida atribulada, criando um casal de gêmeos sozinho, e aí entra o estilo Dan Brown, surge uma repórter que o auxilia a descobrir pistas e discutem essas pistas. Uma caça a um assassino que fica bem escondido no texto, mesmo escrevendo capítulos em primeira pessoa de tudo o que pensa e o porquê de fazer o que está fazendo, agindo com crueldade e terror.

Um enredo que flui como um filme de ação. Linguagem simples. Capítulos em alternância de personagens principais que se entrelaçam.

Leitura que para férias e distração pode valer a pena. Eu, competindo numa Olimpíada não precisei vivenciar nada da trama e me diverti, menos do que na competição (que foi só alegria), mas me distraiu em alguns momentos de descanso.

Vamos aos Jogos Olímpicos!!!!

45. Assinado, Mata Hari

Yannick Murphy, 319p.

assinado mata HariUm dos livros que li durante as minhas férias e ficou lá na Austrália com um casal de amigos para que eles matem a saudade de ler em português.

A personagem é polêmica e famosa. Este livro mostra uma outra faceta da sua vida, aquela que não conhecemos. Na verdade, Mata Hari é a narradora da história e vai revivendo seus dias e suas opções. Mostra a transformação da mulher no mito que ainda não está definido se era real ou se morreu como bode expiatório do sistema.

A autora revela aspectos pouco conhecidos ou até mesmo desconhecidos da famosa espiã. Uma rica metamorfose de personagens em uma única pessoa.

Na trama a personagem revive desde a sua infância até um casamento sem amor e, pela fase em que torna-se uma das artistas mais requisitadas, sendo modelo de retratista, amazona e dançarina. Uma narrativa de lembranças anterior a sua prisão.

Ela foi presa sob a acusação de espionagem e de agente dupla para a Alemanha e França,na I Guerra Mundial, foi fuzilada em 1917, na França.

Neste livro ela escreve todas as suas memórias em homenagem a filha, Non. Mas, o mais interessante é que a suspeita prevalece. Ela foi ou não uma espiã?

Confesso que Mata Hari é um mistério para mim. Claro que conheço o nome e sabia o básico: espiã que era dançarina e que foi fuzilada, e só. Este livro mostrou uma outra face da personagem. Ainda preciso ler muita coisa sobre ela para ter qualquer parecer sobre quem ela foi realmente, e com certeza, morrerei sem saber, portanto, sem desespero, vou deixar que, como este volume, Mata Hari caia em minha mãos.

Espionem a vida dela. Lirismo, diversão e drama!