61. O corpo morto de deus

Giselda Laporta Nicolelis, 176p. O corpo morto de deus

Um suspense que envolve edição, livro, mitologia, arte, entre outros.

Na trama uma editora recebe semanalmente um capítulo anônimo de algo que logo que as semanas vão acontecendo, os capítulos passam a descrever crimes que acontecem na vida real. Aí vem a dúvida, o perigo, o enigma e…. lá vem suspense.

Escrita simples e fluída. A trama consegue prender a atenção e também apresenta uma revisão sobre mitologia.

60. O velho e o menino

Roberto Tranjan, 143p.

“Dei a devida importância à leitura. Lancei, para mim mesmo, o desafio de aprender alguma coisa ao fim de cada leitura, de maneira a ampliar a minha consciência. Algo além de mera distração ou puro entretenimento.”

Trata-se de uma “fábula” que nos leva ao reconhecimento do propósito de se viver e também deixa claro o valor de uma amizade e, amizade é sinal de confiança.O velho e o menino

“Faça de sua vida uma aventura fértil.”

Não dá para sentar e “destrinchar” o livro. É para ser lido aos poucos, tentando focar e, cada um dos itens que o autor chama de “desígnios” e, desta forma, ir aproveitando os capítulos e seus conceitos.

“O amor sempre foi e sempre será o que vale a pena.”

Nele o encontro de um jovem e um senhor, o velho Taful, na verdade um intelectual que, através de encontros filosóficos faz com que o jovem repense alguns pensamentos e, desta forma, modifique seus “objetivos” de vida.

Uma auto-ajuda ficcional!!

“Nada de pior pode nos acontecer do que não reconhecer a verdadeira alegria quando ela passa ao nosso lado.”

Tem passagens bem interessantes com ideias e “ilustrações” ótimas. Em algumas partes fui obrigada a retroceder para tentar entender a essência do que o autor queria nos passar. Às vezes fui feliz, em outras, confesso, nem tanto; de qualquer forma, foi interessante acompanhar as descobertas e/ou pensamentos de um homem (menino) e de um velho, entre encontros, cafés, pães, biscoitos….

“É preciso aprender a viver com o sofrimento para não transformar as nossas buscas em fugas.”

59. Um amor em outra cidade

Barbara Taylor Bradford, 174p.

Um amor em outra cidadeDigno de produção “Sabrina” ou seja lá que nome for das antigas coleções de romance vendidas nas bancas de jornais que ainda vejo vez ou outra por aí. A autora eu já tinha ouvido falar, mas que me recorde, nunca havia lido nada dela.

Na trama, no meio daquela obviedade romântica, ela introduz um tema discutido e causador de polêmica, o EQM (Experiência de Quase-Morte) e ficou claro, para mim, que esse era o objetivo da autora, difundir um tema diferente e polêmico, o que dá um caráter menos “Sabrina” para o livro, mas não senti muito sentido nas passagens e as personagens foram bem “água com açúcar”.

Também não entendi bem o título, que não fez a história em minha percepção, mas vamos seguindo com as leituras.

Essa foi para uma distração, aeroporto, avião, deixar em hotel após leitura, aquelas chatices de viagens e, cumpriu bem o papel: distraiu-me por um tempo.

Se gostei? Não tem nada de ruim, mas não tem nada de literatura. Para o que foi proposto por mim mesma, atingiu o objetivo.

Chiiii….. nem falei sobre a trama, mas pode-se deduzir que é uma história de amor com obstáculos bem comuns (idade, ex-mulher, ex-marido, filhos, doença); o básico para este tipo de leitura, mas há algumas descobertas bacanas!

58. A perseguição

Sidney Sheldon, 143p. A perseguição

Sabia que o autor escrevia para a juventude, mas apenas li os livros que ele escreveu para o público mais velho, ou seja, aconteceu o oposto, quando eu deveria ler os livros para juventude li os romances adultos e, agora que sou adulta, comecei a ler suas obras para juventude. E tem mais, quando eu era jovem, havia uma série que eu amava e quem era o autor? Sidney Sheldon. Aliás, uma das minhas séries favoritas de todos os tempos: “Casal 20”. Affff…. amava!!!! Assim como amava Jeannie é um gênio, As panteras, A poderosa Ísis, Flipper, Magnum, A ilha da fantasia, Terra de gigantes, Perdidos no espaço, Daniel Boonie, A mulher maravilha, Sítio do Picapau amarelo, Daktarin, O Leão Vesgo (rsrsrs), e tantas mais…….

Mas, retornando ao livro, ele trata de um herdeiro japonês que é perseguido pelo tio. O rapaz perde-se pelos EUA na tentativa de buscar ajuda e desmascarar o tio, sendo assim, se mete em algumas aventuras.

A leitura é bem fácil, uma vez que o público-alvo pede este tipo de linguagem e de trama com ação leve, mas que foi divertido. Curti!!!

57. Eu sei porque o pássaro canta na gaiola

Maya Angelou, 335p.

Eu sei porque o pássaro cantaUma autora negra nascida em 1928, que cresceu no sul dos EUA na época da segregação racial. Trata-se de uma autobiografia de sua infância, portanto, se você conhece um pouco da história norte-americana, já tem uma ideia do que virá ao ler os capítulos deste livro escrito através de uma linguagem linda em uma cadência maravilhosa.

Foi muito estranho ler que a segregação era tão completa que a maioria das crianças negras do bairro/local, não tinha a menor ideia de como os brancos eram ou então, que a autora não acreditava que os brancos eram reais porque eles tinham pés pequenos, pele clara e caminhavam nos calcanhares, para ela, eles não podiam ser pessoas.

“Esses outros, as criaturas estranhas e pálidas que viviam sua vida alienígena, não eram considerados gente, eram os brancos.”

Há muitas passagens divertidas, afinal os pensamentos e a imaginação infantil são engraçados. Além disso, ela diz que tinha uma arte que eu invejo, ela se afastava ou se desligava das pessoas. Sabe apenas corpo presente? Sensacional!!!

“… o reverendo continuava falando com um deus que eu achava que devia estar entediado de ouvir as mesmas coisas sem parar…”

Ela e o irmão foram criados pela avó paterna até os 7 anos quando o pai (que morava na Califórnia) foi buscá-los, e eles foram levados a “conhecer” a verdadeira mãe, que morava em Saint Louis, e a descrição do encontro foi muito bonita, falando em cores do arco-íris, ficar mudo, amor à primeira vista e sobre a beleza dela. Engraçado que ela  (a autora) achou a mãe tão linda que, como criança, entendeu que ela era linda demais para ter filhos e, portanto, os mandou para longe.

A descrição da infância, dos sentimentos, das sensações, é muito clara e eu trouxe à tona muitos dos meus sentimentos daquela fase dentro da minha realidade. Toda a saga e dissabores da infância dela (que também teve pessoas e situações boas) não se comparam com a felicidade da minha infância; mas, sempre há emoções envolvidas em nosso cotidiano.

De volta a Stamps (sul dos EUA), com a avó paterna, a autora conhece uma senhora que torna-se sua mentora e aprende muito. E assim segue a rotina, a história, os aprendizados, as intrigas, dúvidas e todos os fatos que correm em infância e pré-adolescência.

Um livro corajoso e muito bonito. Uma bela escolha para as leituras deste ano!

“… sempre ser intolerante com a ignorância, mas compreensiva com o analfabetismo.”

 

 

 

56. Preciso saber se estou indo bem

Richard L. Williams, 137p.

“…feedback ofensivo pode inibir o fluxo de informações.”

Preciso saber se estou indo bemApós um feedback em que não fui muito feliz e foi bem desmotivador, e onde não entendi muita coisa (minhas limitações), resolvi ler algo para avaliar se o que entendia por feedback estava certo ou errado e, andando em um sebo este livro caiu em minhas mãos mais de uma vez, portanto resolvi encará-lo e fiz bem, porque eu estava cabisbaixa, sentindo-me a pior profissional do mundo e em dúvida sobre as minhas crenças e convicções do que seria um feedback, e o livro demonstrou-me que eu não estava errada em acreditar que o que eu havia ouvido não era a forma mais adequada de dar um retorno a um profissional. Pode até ser uma auto-sabotagem, mas deixou-me mais aliviada para seguir com o meu trabalho!

O livro aborda a importância de dar e receber feedback, o que sabemos não é uma tarefa fácil que exige eficiência e conhecimento de ferramentas de comunicação que o livro aponta, sugere ou ensina. E  mais, pode e deve ser utilizado não apenas no mundo profissional, como também nas relações pessoais.

 O livro demonstra alguns tipos de feedback como o positivo, o negativo, o corretivo, entre outros, mas entendi que qualquer um deles necessita de elaboração de um plano, escolha adequada de local e horário, foco, capacidade de ouvir, entre outros pontos.

“… a pessoa que está mais perto do problema é provavelmente quem está em melhor condição de propor uma solução prática e eficaz.”

Como eu imaginava, para o autor, a ferramenta traz grandes benefícios a todos os envolvidos, e eu concordo com isso, caso seja usada de forma correta, pois ouvir críticas positivas e negativas e, ter uma demonstração de qual caminho seguir para melhorar é uma grande arma, afinal no uso desta ferramenta devemos reforçar o comportamento e o resultado que gostaríamos que aparecesse mais vezes. Além disso, imposição e ameaça não funcionam de forma positiva.

Não é um livro de técnicas puras e simples. Na verdade, as técnicas são apresentadas entremeadas a uma história fictícia de um gerente que tinha problemas não apenas no trabalho como em casa, e a palestrante vai auxiliando-o a colocar as coisas em ordem, mas além da história do gerente aparecem outras que vão ilustrando o exemplo das técnicas preconizadas pela ferramenta.

Um livro técnico suave que eu estou pensando em dar de presente para o meu chefe. O livro já entrou e saiu da pilha de doações e, digo mais, acredito sinceramente que meu chefe gostaria de recebê-lo, pois ele é engajado em melhorar a si mesmo buscando atitudes positivas para refletir em toda a equipe. E não, ele não sabe da existência deste blog….. rsrsrsr

Serviu como válvula para eu desencanar do que ouvi e seguir… sempre tentando melhorar, claro, mas também sem garantias (rs).

A vida sempre ensinando!!!

55. O compromisso

Herta Muller, 204p.

O compromissoUm dos livros da escritora Nobel de Literatura de 2009, ela que destaca-se pelos relatos sobre as condições na Romênia sob o comunismo, época da sua juventude. Ela foi perseguida pelo regime ao recusar-se colaborar com o serviço secreto tendo que exilar-se na Alemanha.

Apenas para entender um pouco da trama, um leve lembrete da história comunista da Romênia, quando era dirigida por Nicolau Ceausesco (lembro bem do nome) que serviu como secretário do partido comunista e, desde 1974 foi presidente socialista até 1989 quando foi fuzilado e o comunismo foi proibido na País.

Nele aparecem o partido comunista romeno e a polícia secreta. Na trama há controle de tudo com muita coação envolvida, mas a personagem principal queria uma vida livre como a ocidental e sonha com isso e, devido a isso e seu jeito de tentar conseguir foi denunciada, assim surge as visitas obrigatórias, o compromisso que ela vai de bonde e, desta forma aprecia quem entra e sai, entre outros itens que ela observa, portanto a narrativa passa a maior parte do tempo dentro do bonde.

A autora romena escreve sobre uma Romênia desestruturada e comunista com personagens que seguem o País, também desestruturados, mas que desta forma conseguem seguir e viver em um País opressor, uma sociedade onde a oportunidade é limitada e não há confiança entre as pessoas, uma vez que a delação é algo real.

Interessante leitura para aqueles que gostam de saber mais sobre a vida no regime comunista, os medos e anseios dos que a enfrentaram. Uma excelente recomendação por ser um livro crítico!!!

54. O sol da meia-noite

Jo Nesbo, 223p.

Autor super em alta que eu ainda não havia lido nada, então achei este volume na biblioteca da empresa e resolvi encarar para conhecê-lo.O sol da meia-noite

Surpresa boa pela escrita tão fluida.

A trama é de suspense que não é meu estilo, mas como as palavras fluem com facilidade, fui me envolvendo. Nela, um homem vai para o interior da Noruega, meio sem rumo, fugindo da capital onde um traficante, seu ex-chefe, quer matá-lo. Ele acaba envolvendo-se com a comunidade e redescobrindo muito sobre si.

Claro que há drama envolvendo as razões da fuga e assim surge a trama que envolveu-me e prendeu-me.

Foi uma grata surpresa. Curti!

53. O poder das afirmações positivas

Louise Hay, 89p.

Auto-ajuda (aí minha cara gera um ponto de interrogação), mas encarei!

A autora é considerada uma das fundadoras deste gênero literário.

No final foi uma leitura gostosa, fácil. Dividido em seções e não obriga o leitor a seguir uma leitura cronológica, mas sim fazê-la de acordo com o seu próprio estado de espírito. O poder das afirmações positivas

As seções são:

  • saúde
  • perdão
  • prosperidade
  • criatividade
  • romance
  • sucesso profissional
  • vida sem estresse
  • auto-estima

Ele traz a mensagem de que é melhor escolher conscientemente pensamentos positivos para gerar resultados positivos, afinal é inevitável sentir raiva, medo, ciúme ou sei lá, mas o que vale é como reagimos a eles, e que tal desviar o pensamento para coisas boas que esses sentimentos, no mínimo, estranhos. O livro cita que você atrairá para a sua vida o que escolher pensar, então…. bora pensar positivo!

Em cada seção a autora dá exemplos de pensamentos positivos para que possamos começar. Abaixo alguns exemplos para inspirar a todos nós:

“Agradeço por meu corpo saudável.”

“Minha vida fica melhor a cada dia.”

“Estou livre de dor e totalmente em sintonia com a vida.”

“O passado ficou para trás, não tem nenhum poder agora.”

“Penso com clareza e me expresso com facilidade.”

“As oportunidades estão por toda parte. tenho várias possibilidades de escolha.”

“Eu me alegro com o amor que encontro todos os dias.”

“A vida satisfaz todas as minhas necessidades com grande abundância.”

 

 

 

 

52. Terra das mulheres

Charlotte Perkins Gilman, 253p.

Terra das mulheresUm mundo só de mulheres existe neste livro, sem um homem qualquer, apenas elas e, até mesmo a reprodução é realizada por partenogênese, portanto homens realmente não são necessários e, ouvindo falar deste local, três aventureiros vão a sua procura e o encontram. Aí começam as dúvidas, conversas, observações, porque tudo é novo para todos, em ambos os lados.

Uma obra feminista, mas interessante. As dúvidas e aprendizados de ambos os lados são para nos fazer refletir.

Claro que quando li algumas frases bem machistas ficava furiosa, como: “ Assumimos, com obviedade, que mulheres não tivessem tal iniciativa; apenas homens, com sua energia natural e impaciência diante da restrição, inventariam algo do tipo.”

Já estávamos acostumados a enxergar mulheres não como fêmeas, mas como pessoa….”

E há diversos exemplos ao longo da leitura, e isso é muito legal, abrir os nossos olhos para o que não é óbvio, abrir os olhos para a relação homem/mulher com a igualdade devida.

A narrativa vai ocorrendo e fatos inesperados acontecendo, além de explicações e expectativas de ambos os lados. Muito interessante!