35. A última mensagem de Hiroshima

Takashi Morita, 151p.

“Tempos de guerra são tempos de absurdos, e o pior que pode acontecer ao ser humano é ver o absurdo como algo normal. Isso nos priva de nossas maiores virtudes: amar e sentir compaixão.”A última mensagem de Hiroshima

O fato: agosto de 1945, às 8h15 foi lançada da aeronave Enola Gay a bomba conhecida como “Little Boy”, contendo 65 kg de urânio. Quarenta e três segundos depois, ela foi detonada, cerca de 600 metros acima da cidade. No epicentro a temperatura chegou a mais de um milhão de graus Celsius, suficiente para fundir aço. As pessoas nesta área praticamente evaporaram.

O autor vai relatando sua vida desde criança, dos valores japoneses, da Pátria, de como a vida ensina.

Imaginem que ele tinha um irmão que, aos 17 anos, se inscreveu para ser kamikaze. Ah… por favor!!!! Se sacrificar para defender o quê?!?!? Não. Não consigo cenceber e nem entender!

Ele conta como e porque estava em Hiroshima no dia do lançamento da bomba e, o que me marcou foi que, logo após o choque (ele estava a 1.3 km do epicentro), ele diz: “E então tudo se fez silêncio e escuridão, na cidade e na alma de todos que estavam ali.”

Vai descrevendo cenas surreais logo após a explosão atômica. O dia virou noite e depois dessa nuvem começou a cair uma chuva negra, radioativa.

Descreve a angústia de ter a cidade devastada e não saber o que estava acontecendo. Ele menciona que só de respirar podia sentir o grau de destruição.

Após Hiroshima e Nagasaki, o Japão se rendeu e, pior, para muitas pessoas, o fim da guerra não era um alívio, mas uma vergonha para a Pátria (leiam Corações sujos de Fernando Morais). Orgulho besta!

Para ajudar, e foi uma novidade para mim, no meio de setembro, para ajudar a cidade já devastada pela bomba, chegou na região o tufão Makurakazi, para completar a destruição, mas que também ajudou a limpar ambas as cidades da radiação produzida pelas bombas.

No mais ele descreve sua luta pós-bomba. A construção de sua vida pessoal e a luta pela paz e anti-radiação que ele e a esposa se empenharam criando inclusive uma associação. Conta como foi reconhecido e como divulga sua história.

“Foi com imenso pesar no coração que relembrei esses tempos e contei minha história até aqui. No entanto, sei que minha experiência pode ajudar outras pessoas a perceber as consequências de uma guerra, os riscos da energia nuclear e o que pode acontecer quando estamos cegos por algum idealismo radical e egoísta.”

Foi uma leitura bem interessante e informativa.

Curti!

34. Canções de ninar de Auschwitz

Mário Escobar, 223p.

“Nós deixamos de existir quando não existe ninguém neste mundo capaz de nos amar.”

Canções de ninarMarido cigano e cinco filhos mestiços são levados para Auschwitz e a mãe, uma ariana legítima, os acompanha voluntariamente. Ela é enfermeira e alemã, portanto, Mengele a escolhe como protegida e como diretora da creche do campo.

Ela escreveu um diário sobre esse momento da vida e foi com base neste diário (que nunca existiu) que o autor escreveu este livro.

Ao longo da leitura encontramos aquilo que se espera de Auschwitz: medo, tortura, privações, mortes, superações.

A personagem principal, muitas vezes, enfrenta o médico para ajudar o seu lado do acampamento, mas como sabemos historicamente, Mengele era terrível e, na minha opinião, completamente louco!

Sinceramente não consigo nem imaginar a vida em um campo de concentração. De onde aquelas pessoas tiraram forças para seguir? Com esperança de quê? Pessoas que perderam tudo e todos. Por que seguir vivendo? Como ter esperança? Obviamente não tenho as respostas e só quem viveu aquilo pode explicar!

O final, como tudo em Auschwitz, só pode ser trágico e as explicações do autor são ótimas para esclarecer a obra.

Livro triste e pesado, mas que eu gostei e recomendo àqueles que querem conhecer um pouco mais sobre os horrores que o ser, dito humano, é capaz de cometer quando se acha superior.

Real e triste!

33. O órfão de Hitler

Paul Dowswell, 271p.

O orfao de HitlerNa iminência de visitar alguns locais significativos para a II Guerra Mundial nas minhas próximas férias, acabei fevereiro com este título! Aliás, já li bastante sobre a II Guerra e o holocausto (A bibliotecária de Auschwitz, O diário de Anne Frank, O menino do pijama listrado, Pearl Harbor, Vinho & Guerra, Holocausto: crime contra a humanidade, O leitor, A menina que roubava livros, Doze anos com Hitler, O homem que venceu Auschwitz, Resistência, É isto um homem?, O menino da lista de Schindler, A mala de Hana, O violino de Auschwitz, Toda luz que não podemos ver, entre outros), mas como sempre estou indo à fundo no tema e, talvez, nas próximas publicações, o tema seja recorrente.

Aqui, o órfão, apesar de polonês, tem um tipo físico que o torna um modelo de superioridade germânica, aquele que Hitler procurava. ele foi adotado por uma família que vive em Berlim e passa a frequentar uma escola de formação nazista e, desta forma, passamos a ver, pelo olhar da personagem principal, o fanatismo, o medo, a revolta e a crueldade do sistema.

Óbvio que lá vem história. É uma ficção. Entretanto, conta partes das atrocidades nazistas (experimentos, prisões, massacres); além de aparecerem bombardeios, fugas, esconderijos, traições, e outros temas pesados, mas não é uma obra assustadora como outras que tratam de temas tão delicados e assustadores como o nazismo, II Guerra, holocausto.

A linguagem fluiu como se alguém estivesse me contando uma história. Gostei!

 

32. Gostar de ostras

Bernardo Ajzenberg, 191p.Gostar de ostras

A personagem principal, após uma perda se fecha em seu casulo até aparecer um casal de idosos franceses que o faz repensar a vida e o viver. O casal francês esconde um passado difícil e os encontros entre eles desperta na personagem principal desafios.

Não conhecia o autor, que é brasileiro. Tem escrita leve e fácil. Não há toda a paixão e emoção que se espera, mas há algum movimento.

É preciso ler para entender! Gostei!

Emprestei para uma colega de trabalho que também comentará e gostou!

31. Amor até debaixo d´água

Torre DeRoche, 355p.

A vida se resume as histórias que somos capazes de viver.Capa - Amor até debaixo d'água (Fotolito)

Nesta, a autora conhece um rapaz que vai sair de veleiro por aí, o caso vira namoro, e ele quer que ela vá junto. Ela topa e começa a aventura de incertezas, medo, testes, enjoos, nós de marinheiros, velas, barcos, aulas e jeitos.

E eu daqui penso – que sorte a dela de encontrar alguém aventureiro assim, querendo a companhia dela para uma aventura tão legal e diferente assim! Na minha vida é diferente, eu tenho “rodinhas nos pés” e, até hoje, não apareceu na minha vida alguém que, pelo menos, gostasse de viajar. Às vezes acompanharam, mas, daquele jeito, tipo: fazer o quê?!?!? Rsrsrs…. Solução: se vira e viva!!!! Viva suas aventuras sozinha mesmo!!!

Mas, no livro eles encaram o Pacífico e cruzam o oceano e vivem aventuras, crescem, se divertem, aprendem. Não vou ficar descrevendo nada aqui. Vale vocês se aventurarem com eles afinal, quantas histórias restam após uma aventura deste porte?!?!? Sensacional!!!!