50. Uma paixão por cultura

Carlos Eduardo Paletta Guedes, 152p. Uma paixao por cultura

“…a leitura é a segunda chance que a vida nos dá para o nosso crescimento pessoal. Somente com ela, podemos desenvolver ideias próprias, conceitos e valores.”

Na texto, após o término de namoro onde um dos motivos foi a falta de cultura dele, a personagem principal conhece outra pessoa e, por causa desta última e da vontade de conquistá-la, passa a receber informações e ter noções sobre vários aspectos culturais, começando por música clássica, passando por cinema e seus diretores, literatura, um pouco de física, arte e terminando com uma viagem.

As páginas vão passando e o livro ensinando-me algo.

Foi uma leitura rápida que ensinou-me muitas coisas e acabei ouvindo as músicas clássicas citadas no livro. Entre as aulas de temas culturais, um amor acontecendo e por causa desse sentimento, transformando um dos protagonistas.

“…a arte, seja ela qual for, nos ajuda a entender melhor a solidão.”

No final, temos um caminho ao melhor da literatura, música, artes plásticas, uma lista com os 50 maiores compositores da música clássica, 10 óperas de maior sucesso, 100 melhores filmes de todos os tempos, os livros nacionais e internacionais indispensáveis para uma biblioteca e um ensaio sobre arte e prazer.

Foi legal ler sobre cultura de forma branda com diferentes aspectos e pontos de vista!

 

49. Canção de ninar

Nina Slimani, 191p.

Um suspense da Alfaguara vencedor do prêmio Goncourt. Canção de ninar

A escrita, muito boa, cadente e simples, deixava-me aflita por saber que havia algo errado dentro daquela bondade, eficiência e de toda aquela organização. Sensação de psicopatia da personagem durante o passar das páginas, e isso me prendeu. Talvez tenha ocorrido porque, logo no início, no primeiro capítulo, já temos a versão do que ocorrerá ao final e, então, começam as explicações para chegar a tal fato. Essa técnica funcionou para mim e, me prendeu!!

Trata-se de uma babá cuidando de duas crianças e aos poucos envolvendo-se com o cotidiano da família.

Os capítulos são curtos, a diagramação é ótima, o que faz a leitura fluir.

Foi interessante!

48. O pior dia de todos

Daniela Kopsch, 257p.

“Acredite na cura pela leitura.”

Eu acredito e, sei, porque ela já me auxiliou e muito em minhas curas

O pior dia de todosMas, falando do livro, este chamou a minha atenção pelo título, e depois encarar a cena toda errada deste nosso mundo louco, cheio de pessoas que não conseguem viver com o que parte da sociedade chama de “fracasso” e, estas pessoas tornam-se loucas, psicopatas que no afã de acabarem com suas dores idiotas, acabam com pessoas e famílias. Isto, infelizmente, está virando “lugar-comum” neste nosso mundo doente e cheio de “mi-mi-mi” e empoderamento de alguns. Essa coisa do sucesso e do pode mais quem manda mais está cansativa e tornando boa parte das pessoas em monstros que não podem ser contrariados.

ALERTA: O mundo vai te dar um monte de “nãos”… aprenda a conviver com eles. Supere!

Bom, tudo isto para contar que o livro trata de um destes casos de um “ser” que entra em uma escola e começa a atirar levando, além da própria vida (desprezível), a vida de outros jovens que nada tem a ver com as “sandices” da cabeça dele. E este caso relatado, foi o que ocorreu no Rio de Janeiro em 2011.

“Um bebê é vida, é a antítese da morte, é um recado da natureza que diz: resista.”

A autora, jornalista, cobriu o massacre e enquanto entrevistava as sobreviventes perguntava a si quem eram, o que faziam, e assim surgiu a premissa para este romance/ficção.

“…. a literatura nos oferece respostas que a realidade não é capaz de dar.”

Escrita fluida e inteligente, em capítulos curtos que nos prendem. No posfácio, chorei!

Curti!!!!

47. Os crimes da Rua Morgue

Edgar Allan Poe, 223p. Os crimes da rua

Uma colega de trabalho ia doar este livro, então aproveitei para pedir que ela o doasse para mim (rsrsrs) e, aconteceu. Aliás, no trabalho têm surgido muitas oportunidades de trocas, empréstimos, doações e fazer livros circularem… muito bom!!!

Eu nunca havia lido este tão famoso escritor e, com esta doação pude incluir mais um consagrado a minha lista. Todos vocês já sabem o quanto eu fico feliz com isso!!!

Nesta obra, uma coletânea de contos de mistério e terror que a literatura classifica como gênero policial. Aqui, às vezes há um detetive que aparece com seu raciocínio, modelo usado até hoje; em outras ocasiões mistério ou sobrenatural e confesso que alguns contos assustaram-me, outros nem tanto. Alguns participei, em outros não. E sim, por vezes evitei colocar a mão e os olhos no volume à noite, para não correr o risco de sentir medo após a leitura, o que invariavelmente acontece com filmes de terror, portanto não quis correr o risco com a literatura de Allan Poe (rsrsrs)!!!

Esta edição da Intrinseca é muito bonita e a leitura flui com facilidade.

Gostei de conhecê-lo, mas não será meu autor de cabeceira!

46. Com os meus olhos de cão

Hilda Hilst, 92p.

O que dizer de Hilda Hilst?!?!? Com os meus olhos de cão

“Uma mulher que “escrevia em busca do sublime, da ultrapassagem de nossas tolices cotidianas”. Um “ponto cardeal da literatura brasileira”, autora de “lirismo amoroso, rigorosamente feminino e carnal”, com uma “prosa transgressiva e provocadora”. Uma mulher que teve “coragem em exigir para si uma liberdade social e sexual que a época na qual vivia sufocava com convenções morais”. Artista com incrível “consciência da própria obra” e “trajetória independente, que construiu sem se vincular a nada do que acontecia no Brasil”. Dona de trabalhos que desferem socos no estômago dos leitores, que revelam a busca pela alma, que investigam o divino e levantam discussões sobre o totalitarismo…. – Veja mais em https://paginacinco.blogosfera.uol.com.br/2018/07/20/hilda-hilst-e-sua-literatura-que-nao-da-para-ser-lida-a-beira-da-piscina/?cmpid=copiaecola”

Então, a crítica é tão profunda e tão boa que eu, como algumas vezes, sinto-me uma perfeita idiota… seu nome ficou realmente conhecido após a sua morte em 2004, apesar dos prêmios que ela já havia alcançado. Algumas criticas dizem que hoje vivemos a “literatura comercial”, ou seja, aquela bem construída, sem riscos e, que esta autora coloca tudo em risco com palavras duras, devassas e muita verdade. Concordo, mas a “comercial” faz mais a minha cabeça! Por quê? Porque a compreendo! Textos onde o autor divaga e vai e volta, inclui pensamentos que só ele consegue acompanhar não me encantam e não me envolvem, afinal sou uma pessoa comum, buscando uma literatura comum que entretenha meus dias. Isso chama-se afinidade e, sinto muito aos literatos, mas eu não me diverti lendo Hilda Hilst!!! Achei interessante que, em uma época em que as mulheres eram mais reprimidas do que hoje, ela ter aberto ao público literatura sexual e, quem sabe eu leia essa fase para ver de perto a linguagem absurda para a época, que por sinal, eu já era nascida…. mas, este volume não fez a minha cabeça, apesar de estar entre os “1001 livros brasileiros para ler antes de morrer” (https://1001livrosbrasileirosparalerantesdemorrer.wordpress.com/2015/04/02/27-com-os-meus-olhos-de-cao/).

Um conto, uma prosa… muitos narradores, o que obviamente, fez com que eu me perdesse na leitura. Trata-se de um professor de matemática que avalia sua vida, seu mundo, o Deus, e outros pontos que ficaram em sua mente desde a infância. No meio dos parágrafos surgem poesias e aí a coisa complicou mais ainda para esta minha mente!!!

Foi interessante para conhecer uma autora que está tão em alta e tão falada, mas foi difícil e não me prendeu. Para aqueles que gostam de literatura de modo diferente, arrebatadora ou nem sei como classificar é um prato cheio, para aqueles que, como eu, divertem-se talvez com o que chamam de “literatura comercial”, será difícil encontrar um caminho que os satisfaça, entretanto, cada um deve descobrir suas próprias sensações e tirar suas conclusões!

 

 

 

45. 13 mulheres e um colar de diamantes

Cheryl Jarvis, 233p. 13 mulheres

As histórias do que significou para cada mulher “possuir” um colar de diamantes, mas o mais importante, fazer parte de um novo grupo, é muito interessante, pois há diferentes motivos e diversos sentimentos para os fatos apresentados neste parágrafo.

Mas, vamos explicar algo, né? Trata-se de uma história real de 12 +1 mulheres (leiam que vocês entenderão o +1) que se unem para adquirir um colar de diamantes que valia U$37.000, mas estava em promoção. Elas realizam a compra e surgem as regras; além de uma amizade inesperada e muito aprendizado.

Todas são maduras, não há jovens nem idosas no grupo, e cada uma tem uma história de vida diferente, e as páginas vão contando isso, além de outras passagens com maridos, imprensa, aventuras, o próprio grupo…. bem gostoso de ler!!!

Foi interessante ver como um bem material tornou-se bem mais do que isso, pois não apenas mudou a vida das compradoras que acabaram por ganhar novas amigas e rever valores, como também mudou a própria sociedade da cidade onde elas viviam (Ventura nos EUA), pois o colar acabou sendo emprestado para diversas pessoas nas mais diversas situações e ocasiões, gerando diferentes sentimentos e, às vezes causando confusão. O objeto também foi envolvido em muita caridade, gerando mais fundos do que o seu valor. Muito bom!!!

Deu até vontade de desenvolver algo assim entre as amigas; não um colar, porque nenhuma é ligada em joias e, no nosso País, impossível usar uma correntinha, imagina um colar como esse?!?! Mas, lançar uma ideia de encontros para algum fim, afinal já temos um ritual que é o “cafezinho” pago pela aniversariante, portanto podemos instituir algo mais…. quem sabe?!?!?

Foi uma leitura rápida e divertida!

44. Viajando com Charley

John Steinbeck, 288p.Viajando com Charley

O autor sai pelo País para fazer pesquisa porque diz ser um escritor sobre o seu País e que há 25 anos está estagnado não sabendo nada do que se passa.

Quando ele faz essa jornada de 3 meses, ele já era famoso, mas, no caminho, ninguém o reconheceu afinal, ninguém espera encontrar um famoso escritor, ganhador de Nobel de Literatura em uma parada de caminhões na beira de uma estrada. Somos seres de expectativas mesmo!!!

Acho Steinbeck um escritor dramático (e quem não acha?!?!), histórias sempre sofridas, mas neste há uma realidade linda que ele transforma em palavras de forma magistral. É maravilhoso! Sou suspeita, pois ele foi um dos primeiros autores clássicos que li com “As vinhas da ira”… e nunca esqueci sua cadência, sua fluidez e seu drama!

Me peguei tendo certeza que sou incapaz de escrever um parágrafo qualquer, seja o mais simples que seja. Ser escritor é um dom e ele é fenomenal! Aliás, quem sou eu para dizer isso?!?! O cara é um Nobel…. precisa de mais?!?! Rsrsrs

Interessante, a meu ver, foi a colocação das palavras, pois individualmente todas são simples, mas a junção delas e a forma de pensamento é que dão a magia!

A história que envolve viagem e cachorro estava no meu radar há algum tempo, mas só agora tive oportunidade de adquiri-la e usufruí-la. Nela, o Charley, um cão turrão e bondoso, como a maioria dos cães idosos, faz companhia ao autor em sua saga pelas estradas dos EUA com o apoio de mapas rodoviários e pessoas que iam surgindo pelo caminho, além é claro, do Rocinante, o carro/caminhão/ trailer.

Surgem muitas e muitas histórias e fabulosas observações. Muito, muito bom!!!

43. A luz entre oceanos

A luz entre oceanosM.L.Stedman, 368p.

Não sei porque este livro chamou a minha atenção no sebo, mas… eu não resisti, mesmo não sabendo nada sobre ele. Mas, minha fascinação por faróis falou mais alto e o exemplar veio comigo.

“…é tão exaustivo. Você só tem que perdoar uma vez. Mas para se ressentir, você tem que fazer isso o dia todo, todo dia. Tem que ficar se lembrando de todas as coisas ruins.”

No enredo um faroleiro com sua esposa e um acontecimento trágico que faz com que ele vá contra seus princípios, mas há consequências.

Diferente da vida real, na ficção, na maioria das vezes há consequências; apenas no mundo real muitos indivíduos fazem o que querem, passam por cima de tudo e de todos, roubam, matam, são corruptos e se dão bem, tornam-se milionários, admirados, seguidos, adorados…. uma coisa sem pé nem cabeça. Passam a vida usufruindo daquilo que tiraram de outros, não estão nem aí e nada acontece. Não acredito na justiça e em justiça.

“… para ter qualquer tipo de futuro você tem que desistir da esperança ou mudar seu passado.”

Mas, voltemos ao livro. Uma delícia de se ler. Capítulos que fluíram e eu me envolvi com a história. É meiga no início e então torna-se um drama! Não tentei tirar conclusões e não torci por ninguém, apenas fui lendo e envolvendo-me para saber qual a solução encontrada pela autora.

42. A mãe eterna: morrer é um direito

Betty Milan, 141p.A mãe eterna

“Por que nos incutiram a ideia de que estar vivo é só o que importa e que nós estamos vivos enquanto o corpo resiste?”

Um relato tão cheio de sentimentos dúbios. Uma mãe centenária e portanto, cheia de manias, de problemas físicos e dificuldades que sim, deixam qualquer filho preocupado e também cansado. Mas, de ambos os lados a pergunta: como enfrentar quando a filha torna-se mãe da própria mãe, papel que julgo duro e difícil?!?!?

Vejo-me como a mãe que nota-se ao longo do relato não suportar a perda da independência e, por outro lado, sinto na pele a preocupação com um(a) idoso(a) que pede mais cuidados, afinal, naturalmente, o físico e a memória não são os mesmos.

De qualquer forma, procuro atuar da forma que espero um dia, se for o caso, façam comigo. Se tenho lucidez, por favor, deixem-me ser feliz, não escolham por mim, deixem-me ser eu mesma, seguindo meus anseios e minhas vontades.

Nesta obra, no início da leitura assustei-me com a aspereza da filha, mas ao longo da leitura tive a sensação que tratava-se mais de medo da perda do que qualquer outra coisa. A vulnerabilidade da vida assusta!

Um livro para sentar por uma tarde e refletir sobre valores, anseios e a vulnerabilidade da vida!

41. Longe de casa

Malala Yousafzai, 222p. Longe de casa

Histórias de refugiadas pelo mundo, inclusive a da autora, em resumo, a que tornou-se famosa devido ao atentado talibã que queria calar a voz que pleiteava direito a estudo para as meninas. No final, o mais bonito, o atentado acabou colocando a situação e a envolvida no mundo, dando voz mundial a ela. Um perfeito “tiro pela culatra”. Ótimo que os bandidos deram-se mal nesta história.

Eu tenho minha vidinha confortável e jamais conseguirei “sentir” e/ou mensurar verdadeiramente os sentimentos dos refugiados aqui contadas. Posso entender, posso ter empatia, mas o real sentimento só quem vive.

As histórias de fugas impossíveis, maus-tratos, guerras, genocídios são tão “fantasiosas” que é muito duro conceber que seres-humanos são capazes de tanta maldade e exploração, mas são, ou melhor, somos, porque eu também sou humana!!! Triste!!!

Neste volume aprendemos um pouco sobre o talibã, os cartéis colombianos, Síria, Iêmen, minorias iraquianas e de Mianmar, Congo e também ouvimos o depoimento de quem ajuda.

Definitivamente precisamos colocar em prática o que chamam de “utopia” de que “este mundo pertence a todos nós!”