101. Bom de briga

Markus Zusak, 208p.

“… algumas coisas não podem ser ditas nem ensinadas. Um lutador pode ser um vencedor, mas isso não faz de um vencedor um lutador.”

Dois irmãos vivendo em uma família simples que passa por dificuldades, procuram um propósito para a vida e recebem a oferta de serem lutadores de boxe clandestino, por sinal, o boxe no quintal com apenas uma luva cada um é a brincadeira do dia a dia deles. Eles topam a proposta e a saga das lutas começam.

No cotidiano eles dividem o quarto e antes de dormirem sempre tem uma conversa, um pensamento que dividem. No ringue, um é um astro, o outro um sobrevivente que não desiste.

Na história a saga de uma família que luta para sobreviver, a fragilidade de todos nós, a importância da família, os dilemas de cada um, o que demonstra que o livro tenta nos dizer que a batalha não é no ringue, mas diária, todos estamos em batalhas constantes.

A leitura é tranquila apesar de tantos socos. Encontrei mais momentos de reflexão sobre uma luta de vida do que sobre lutas de boxe. Fluiu bem. A diagramação da edição da Bertrand Brasil é muito confortável. É uma leitura juvenil, mas que cabe para todos nós refletirmos.

Gostei!

100. Cem dias entre céu e mar

Amyr Klink, 190p. 100 dias entre céu e mar

Uma releitura incrível, porque tem que ser meio maluco de atravessar o Atlântico (África ao Brasil) remando. E pior foi a minha reação quando conheci o “Paraty” (o barco) no museu de São Francisco do Sul há anos atrás. Como ele coube lá dentro e lá permaneceu por 100 dias?!?! O barco é menor do que você pode imaginar!!!!

Não me recordava de muita coisa, por isso a releitura. Mas a primeira leitura ocorreu há quase 30 anos!!! Mas, me recordava dos capotamentos do barco (affff) e dos tubarões que passavam, sem muitos detalhes que me foram redescobertos e foi uma delícia revivê-los!

“Vales e montanhas de água em desesperada batalha, em louco movimento. Jamais imaginara algo parecido. Seria normal tudo aquilo? Quanto tempo resistiria àqueles choques? Como um bonequinho de tiro ao alvo, que não sabe quando será acertado, eu ficava esperando por ondas que ouvia mas não podia ver…. Senti o barco subir mais uma vez e, quando estava exatamente na crista da onda, alguma coisa soltou-se e despenquei no vazio. Algo de errado acontecia. Fui projetado contra o teto e aí ouvi o estrondo da arrebentação passando por cima. Mais uma vez o mundo estava de pernas para o ar…. os segundos passavam e nada acontecia desta vez…. pensei, então, em acionar a bomba de lastros. Mas não foi preciso. Mal tentei me virar para alcançar a alavanca da bomba, o barco endireitou. Que alívio!”

E eu lendo a passagem acima em pânico. Imagina passando por isso. Não consigo nem pensar. Affff…. de cabeça para baixo no meio do Atlântico, dentro de um barco minúsculo, feito João Bobo em meio a uma tormenta?!?! Tem gente que nasce para ser aventureiro!!! Admiro!!!

Entretanto, não só de mazelas a aventura é feita. Há muita companhia em sua navegação solitária. Companhias positivas como os peixes que o acompanharam e que ele reconhecia e até nomeou (Alcebíades) que eram um alerta quando ele tinha que entrar na água para limpar as cracas do fundo do barco e eles inconscientemente o avisavam da proximidade de tubarões; pássaros; os radio amadores que o acompanhavam; o sol e seus shows; baleias e seus filhotes, entre outros.

Mas aí o “cara” me diz “…confesso que sinto saudades daquela semana…. poucas vezes na minha vida fui tão feliz.” E que semana seria essa? Uma simples que ele enfrentou nesta travessia. Nela, sete dias se passaram sem que ele pudesse remar e por que? Por causa do tempo que não estava lá muito amistoso. Sete dias em que ele ficou trancado naquela cabine “imensa”, sacudido por ondas enormes, flutuando em meio à espuma revolta do mar. Fechado. Sem poder sair. Simplesmente esperando. Ouvindo ondas que vinham arrebentando de longe sem saber se o alcançariam, ou então sendo surpreendido por golpes de mar que surgiam do nada. Uma situação que ele menciona de aspecto tenebroso. E ele sente falta e diz que foi feliz?!?!?! Ops….. Amyr, você está confundindo a minha cabeça – rsrsrs – quem não é normal, eu ou você?!?!? Rsrssr…. eu fiquei lendo e me sentindo dentro de uma batedeira por uma semana. Afffff! E ele feliz?!?!? Cada louco com a sua mania e ideia de felicidade, não?!?!?

Exatamente por essas passagens e perspectivas que o livro é bom. Claro que a própria aventura faz com que a história seja muito, muito interessante. A explicação do sonhos, do projeto, de todos os preparativos, os envolvidos, os acasos para chegar ao projeto final e a própria saga. Todas as cenas bem interessantes!

“Passados dois meses de tantas histórias, comecei a pensar no sentido da solidão. Um estado interior que não depende da distância nem do isolamento, um vazio que invade as pessoas e que a simples companhia ou presença humana não podem preencher, solidão foi a única coisa que não senti, depois de partir. Nunca. Em momento algum. Estava, sim, atacado de uma voraz saudade. De tudo e de todos, de coisas e pessoas que há muito tempo não via. Mas a saudade às vezes faz bem ao coração. Valoriza os sentimentos, acende as esperanças e apaga as distâncias. Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão; poderá morrer de saudade, mas não estará só.”

Já li muitos livros do autor e sempre me encanta essa sua disposição para estar só. Confesso que tenho esse lado bem “ermitão” e entendo que por uma causa maior podemos abrir mão de muita coisa e entendo que pela minha própria sanidade eu preciso destes tempos sozinha e ele encontrou um modo em que reúne tudo que gosta e que lhe faz bem. Isso é admirável. Tanto a aceitação do próprio modo de ser como a busca para a realização de sonhos, afinal é tão mais fácil ficar na zona de conforto e só imaginando o que gostaríamos de fazer, mas não colocar a “mão na massa”. Falo por mim mesma. Tantos planos e nenhuma ação. Ele não. Ele planeja e concretiza. Muito bom! E mais, a concretização é através de tanta coisa/viagem/explorações interessantes. Tantas histórias na lembrança!!!! Parabéns!

“É engraçado como o bem-estar não depende do conforto, da tranquilidade ou de situações favoráveis, mas simples e unicamente da sensação de ir em frente.”

Gostei. Gostei de me encontrar com as baleias, os dourados, tanta água, as reflexões. Gostei de atravessar o Atlântico remando. Para mim foi um passeio! Obrigada por todo o esforço Amyr!!!

“Na quietude daquela noite, a última, ancorado no infinito sossego da Praia da Espera, sonhando com os olhos abertos e ouvindo outros barcos que também dormiam, descobri que a maior felicidade que existe é a silenciosa certeza de que vale a pena viver.”

99. E, para o resto da vida

E para o resto da vidaWallace Leal V. Rodrigues, 103p.

Livro antigo, daqueles cheio de histórias de moral para ensinar as crianças diversos valore. É bem bonitinho. Contos suaves e reflexões que levam a reflexões para uma vida de mais harmonia e felicidade. Fez com que eu recordasse de um que havia em casa e tinha outras histórias como as que esse traz, com as mesmas lições, mas outras historinhas. Ríamos muito quando fazíamos exatamente o que as historinhas apontavam e nos dávamos mal com as escolhas.

Tem alguns erros bem feios de grafia, mas como eu os reconheço não me incomodaram, mesmo porque nem tenho o direito de julgar por erros gramaticais ou ortográficos, afinal eu os cometo em cada texto que escrevo!

É uma leitura daquelas carinhosas em que nos envolvemos com a ternura dos pais, a bondade dos animais, a ingenuidade das crianças em uma linguagem acessível. Fábulas, afinal todas as passagens tem alguma reflexão moral.

“… as pessoas podem ser comparadas às tartarugas. Ao lidar com elas procure nunca empregar a força. O calor de um coração generoso, pode, às vezes, levá-las a fazer exatamente o que queremos, sem que se aborreçam conosco e até, pelo contrário, com satisfação e espontaneidade.”

Reviver parte da minha infância foi bem legal. Relembrar as noções morais atravessar de passagens gentis foi muito bom!

98. Morrer de amor

Pierre Duchesne, 238p. Morrer de amor

Uma releitura, mas de mais de 30 anos. Sim…. só lembrei que já havia lido em algum momento da minha vida pois tenho anotadas as leituras desde 1989. Eu recordava-me do cerne da história, mas não de todo o contexto. Foi bem legal, foi como se eu nunca houvesse lido.

A trama se passa em 1968. Nela uma professora e um jovem aluno se envolvem romanticamente. A cena se passa em uma cidade do interior da França. Um amor que quer vencer as barreiras impostas pela sociedade e pelas leis.

Trata-se de um grande escândalo e por que? Porque o garoto é menor de idade. Ela, além de sua professora, mãe de dois filhos. Avaliem. Tudo isso na década de 1960!!! Se hoje haveria muitos julgamentos sociais e legais, imaginem naquele tempo!!! Há protestos de todos os lados: familiar, social, legal, médico…. afinal, aquelas pessoas não podiam estar em suas “razões”. A sociedade tem um peso muito alto. Uma cobrança feroz nas atitudes de todos. Por mais que já estejamos melhor nisso, ainda há muito a se aprender, aceitar, desenvolver.

“… para que nos deixem em paz seria preciso passar para o lado deles, pensar como eles, não pensar mais, viver como eles, não viver mais. Seria preciso… tornar-se eles mesmos. Eles não suportam senão eles mesmos.”

O casal, personagem principal, passam por situações bem desconfortáveis. E estou sendo bem generosa colocando o termo “desconfortáveis”. Eles passam por muita, muita coisa ruim e o final me surpreendeu.

Valeu a leitura. Gostei!!!

97. Do amor e outros demônios

Gabriel García Márquez, 224p. Do amor e outros demônios

O livro, resultado de uma matéria que ele escreveu para o jornal onde trabalhava quando jovem, é muito bom. Para o jornal ele foi conhecer as criptas funerárias de um convento serem esvaziadas e de uma das tumbas saiu uma cabeleira de 22 metros de comprimento de uma garota que ele associou a uma lenda que sua avó contava de uma “marquesinha” de 12 anos cuja cabeleira se arrastava como a cauda de um vestido de noiva, que morreu de raiva mordida por um cachorro e que era venerada no Caribe por seus muitos milagres. A ideia de que aquele túmulo pudesse ser dela foi a notícia do dia e ele escreveu esta obra que começa com uma garota sendo mordida por um cachorro ao ir ao mercado da cidade.

Ele é maravilhoso em sua escrita. Eu me sinto flutuando em cada parágrafo. Há pessoas que vem para o nosso meio com o dom da escrita e García Márquez, para mim, é uma dessas figuras com esse dom, mesmo escrevendo realismo mágico (sonhos, presságios, milagres, eventos sem qualquer justificativa) que, confesso, não é o mais legal para as minhas leituras!!! Ele é um mestre e neste livro a narrativa foi intensa, envolvente que eu queria participar!!!

Após o início da história, começa toda a trama com toda a história de vida da menina mordida, filha de um marquês, desprezada pelo pai, criada pelos escravos e por isso capaz de falar tantos idiomas diferentes. Após a mordida, com a suspeita de raiva, a menina é levada ao médico que não apresenta a raiva como provável causa das mudanças e o pai busca outras alternativas para entender o caso, o que sujeita a garota diversos tratamentos e no final é colocada em um convento para que as irmãs cuidem das suas possessões, pois de raiva passou a ser considerada com possessão demoníaca e até exorcista e a inquisição surgem para cuidar do caso. Há muitos detalhes interessantes que eu não quero descrever para que a história não perca a magia aos que se interessarão pela leitura, por isso, apesar de ter vontade de descrever muitas passagens, vou me limitar a esta simples contextualização.

Além da trama que nos envolve, também traz reflexões, mas isso ocorre em todos os bons livros, não? Refletimos sobre os parágrafos e fatos que eles nos revelam. Neste caso, o desprezo nas relações familiares, a função da igreja no contexto social, o próprio amor como algo pesado, confuso e julgado por todos, um verdadeiro demônio (olha o título aqui!!! – rsrsrs).

Eu recomendo muito Gabriel García Márquez, mas sinceramente recomendo, para aqueles que ainda não o conhecem, que iniciem pelos livros que são menos conhecidos dele como este ou o meu queridinho e preferido “Ninguém escreve ao coronel”, para depois encarar as grandes obras do autor, pois confesso que iniciei por 100 anos de solidão e foi muito desgastante, tanto que para voltar a ler o autor foram mais de 10 anos e então, uma descoberta, tanto que o 100 anos está na minha lista de releitura para ocorrer em breve!

Boa leitura!!!

96. Minha profissão é andar

João Carlos Pecci, 136p.

História real. Minha profissão é andar

Nela o rapaz sofre um acidente ao proteger uma amiga. É atropelado e com o impacto e queda fica paralítico. Já li muitos outros com diversas consequências após acidentes, mas sempre me emociono e me envolvo com a disposição para o recomeço, para a recuperação e de como toda a família a amigos são envolvidos e “tocados” por toda aquela confusão inicial e a longa recuperação, sem contar a própria vítima que tem que encontrar e reconhecer forças que ela nem imaginava que teria. Sempre são histórias de superação que me ensinam muito e me fazem valorizar muitas e muitas coisas que tenho e não noto no meu cotidiano. Muito bom!!!

O livro é um depoimento. Trata-se de um relato forte, sem pieguismo. O autor com a obrigação de modificar sua vida descobre a pintura e pelo livro, a literatura, não é mesmo? O acidente ocorreu em 1968, portanto este livro foi publicado em uma época em que o assunto tratado ainda era visto com certo tabu, quando a tecnologia não estava tão avançada quanto hoje, portanto acredito que tenha transformado a visão de muitos. Eu vivi os anos 1970, 1980 e percebo hoje todas as diferenças daquela época para o nosso hoje!

A batalha do autor foi para readquirir certa autonomia. A descoberta da fisioterapia como metodologia de grande auxílio e o melhor foi a descoberta de pessoas que auxiliaram por pura empatia. O autor encontra forças em seu interior. Sua cabeça mobiliza-se para ele encontrar energia, afinal havia tantas pessoas abrindo mão de tanto para que ele pudesse melhorar e encontrar ânimo. Aliás, esta foi a parte que mais me tocou neste livro, o altruísmo daqueles que estão ao redor; desde os pais (como a maioria) até o porteiro do prédio da frente que apareceu por ver a situação e que de algum modo poderia ajudar e fez muito mais do que isso. Muito legal! O ser-humano me surpreende muito, tanto na capacidade de ser egoísta e o pior ser do universo, como esses que são especiais na vida de todos nós, porque sempre tem alguém assim na vida de todos nós!

“O tombo é a maior evidência do estar em pé. Eu caíra na rua, porque caminhava na rua. Eu caíra porque fora invadido pela sublime intuição de liberdade.”

Não é uma obra fundamental, mas para quem gosta do tema como eu, para sempre aprender mais, tirar proveito para valorizar o meu cotidiano, vale a leitura! Vale pela família, pelos amigos e por toda a força do autor!

95. Lições de princesa

Meg Cabot, 143p. Lições de princesa

Ricamente ilustrado. São “aulas” de como pode uma garota comum transformar-se em princesa. E sim, trata-se da princesa Mia. Confesso que só a conheço devido ao filme que eu assisti, mas os livros até onde me lembro, só li outro da autora e não era associado a princesa Mia.

Para ser bem sincera, eu até me sinto estranha em incluir essa leitura aqui (rsrsrs) – preconceito, né? Bobagem pura e para os planos futuros, faz sentido eu incluir bastante livros infanto-juvenis em minhas leituras, vocês talvez já estejam percebendo isso, mas vai crescer mais e mais.

De qualquer forma, falando do livro, eu não criei expectativa nenhuma, apenas encarei. Paguei uma barganha de 1 real pelo exemplar (uauuuu!!!!) e encarei.

No contexto geral, não é a Mia quem apresenta as lições, mas outros personagens que são ligados aos temas apresentados: beleza é o Paolo; etiqueta é a princesa-mãe e a rainha; moda fica com o designer de alta-costura, Sebastiano Grimaldi, mundo dos garotos fica com Tina Hakim Baba, popularidade com Shameeka Taylor e assim seguimos e eu seguindo o fluxo. A princesa Mia apresenta algumas partes como, por exemplo, maneiras de salvar o planeta.

“Bilhetes de agradecimento nunca saem de moda e são sempre bem-vindos.”

Como citei anteriormente, não li os outros livros da série, portanto não tenho como comparar, mas esse serve como um guia para adolescentes, algumas partes são relevantes, sejamos princesas ou meras mortais (rsrsrs), aliás, muitas adultas também estão precisando de umas dicas por aí, não????

Não esperem uma história, trata-se de um guia. Para eu que não li os demais, isso não importou, mas para os que conhecem a série pode causar alguma decepção se esperar uma sequência de fatos.

A leitura é rápida. A linguagem simples e há momentos de risos.

94. O menino no espelho

Fernando Sabino, 176p. O menino no espelho

Ahhh que belezinha de livro! Que belezinha de linguagem! Parecia que eu estava ouvindo uma criança me contar suas peripécias. Sua tentativa de construir um avião, ser piloto e de voar, que não se deu, mas não tem problema, tornou-se agente secreto, personagens de livros, aventuras perigosas na escola, o primeiro amor, os passarinhos e assim seguiu com muitas passagens graciosas!

Publicado pela primeira vez em 1982, trata-se das reminiscências da infância do consagrado autor e sua primeira publicação infanto-juvenil. São 10 contos.

Ele tenta salvar a galinha de estimação de virar o prato principal e ainda salva a família com a peripécia (rsrsr). Ele tem uma sociedade secreta de investigação, formada por ele, sua amiga e claro, seu cão e um coelho (uau!!!). Acampamento, ahhh que legal!!! Abusos com professor (vixi)…. aquela mistura de realidade e imaginação da infância.

A leitura flui com facilidade, afinal a linguagem é simples, o livro é cheio de ilustrações. A imaginação infantil está entrosada com as vivências do cotidiano e da fusão desses dois elementos surgem as histórias contidas nesta obra. Particularmente gostei da linguagem direta e dos desenhos bem simples, nada rebuscados e em preto e branco. Essa simplicidade me parece bem adequada a realidade daqueles que não tem a capacidade do desenho como eu. Torna a imaginação mais assertiva com as palavras, afinal eu não seria capaz de desenhar a imagem exata do que estou pensando, apenas faria rabiscos e foi isso que senti com as ilustrações, a colocação em imagens daquilo que o menino-personagem estava imaginando!

Foi bem legal ler mais um do Fernando Sabino! Este deve agradar tanto os leitores jovens quanto leitores como eu… já um “pouquinho mais velhos”!!!!

93. Zlata, não olhe para trás

Reja Rojtenberg, 195p. Zlata não olhe para trás

Fui lendo com a impressão de que era uma história real, mas não, eu estava enganada.

A linguagem é coloquial e conta a história de Zlata, uma judia polonesa que acaba no Brasil, inicialmente em Minas Gerais onde se desentende com a família. Passa por dificuldades e notamos como a personagem tem o emocional comprometido quando ela envolve-se com um não judeu e até tem uma filha com ele, lógico que causa o maior alvoroço na família.

A vida vai seguindo e as situações são apresentadas como memórias de uma vida. O encontro com o suposto amor, a dificuldade de sair de casa, o reencontro anos após, o auxílio familiar sempre necessário, não apenas pelo lado financeiro, mas principalmente pelo emocional e na formação de uma criança, os trabalhos, a persistência, mas o lado bom da vida também aparece.

É tranquilo de se ler e se parece com algumas histórias que se não temos próxima de nós, conhecemos alguém que conhece alguém que passou por algo semelhante.

Valeu!

92. Dez (quase) amores

Claudia Tajes, 127p. Dez (quase) amores

Dez “causos” que ela conta de forma engraçada! São situações que muitas mulheres já viveram. Um entretenimento bem leve!

“Uma história que não começa é tão triste quanto uma história que termina.”

Há preconceito com nomes que são ou soam de forma estranha e lógico que acontece o quê com a protagonista do “causo”, conhece um ser cujo nome só poderia ser um daqueles que ela “jamais” aceitaria como companheiro/namorado (e lá vem caindo na cara – rsrsrs); na faculdade aquele gatinho que impõe rebeldia, militância e claro que tudo cansa, é exagerado; a fase em que a protagonista, sem querer, tem dois namorados e, pior, ela saí como vítima quando um deles a trai; o “causo” do vizinho casado – já ouvimos muito este tipo de história; o milionário; o que trabalha como Papai Noel (foi engraçada); aquele que sai com três mulheres ao mesmo tempo – aqui acho que a autora foi até legal, porque se fossem só três, a mulherada estaria mais feliz – rsrsrs; um ser casado que mora em outra cidade – só pode dar coisa errada; um cardiologista que aparece através de uma batida entre os carrinhos de supermercado e que resulta em dedos quebrados; e até um mágico de circo – daqueles bem “fajutos”. Vixi, cada enrascada!!! Mas, quem nunca fez uns desvios de percurso nesta vida? Depois finge-se que nem aconteceu ou retira as cenas do arquivo da memória e vida que segue….. rsrsrs

“Uma funcionária fracassada no amor, eis o segredo para o enriquecimento dos patrões.”

Eu curti. Ri em alguns trechos. Trata-se de uma leitura bem leve e bem rápida!