47. Judy

Damien Lewis, 270p.

A história real da cadela que virou heroína na Segunda Guerra Mundial.

JudyNem só de Auschwitz, nazistas, campos de concentração, massacres, foi feita a II Guerra, meu tema recorrente ultimamente, mas também por personagens heroicos como a Judy, uma pointer inglesa que viveu muitas aventuras e serviu de alegria a muitas pessoas pois, além de companheira de muitos, ela ainda conseguiu salvar muitas vidas com seu alarde e/ou com sua astúcia.

Ela foi mascote de duas canhoneiras britânicas do rio Yangtzé e acabou prisioneira em campos de guerra no norte da Sumatra. Aí veio a pergunta: como é que ninguém a matou para saciar a própria fome? Sim, época onde qualquer espécie que se mexesse ia para a panela, não?

E ainda o que mais me intriga: como é que o autor conseguiu reunir tanta informação sobre um animal que viveu a II Guerra? Isso, para mim, se chama determinação ou seria teimosia?!?! E merece toda a minha admiração.

Sei que graças à obsessão do Sr. Lewis em contar essa história, acabei com “Judy” nas mãos e vivenciei ao lado dela seus anos de guerra.

Ao longo da leitura as peripécias e os eventos que eles passaram parecem uma grande ficção. Houve momentos em que realmente não acreditei no que estava lendo mas, tenho que crer que o autor tentou ser o mais verossímil possível.

Valeu guerreira Judy!!!

46. El cuaderno de bitácora

Ferran Ramon-Cortés, 138p.

Um casal em crise sai navegando até uma ilha próxima para redescobrir a forma de se relacionar.El cuaderno

“Quase sempre é precisamente aos que mais amamos a quem mais frequentemente julgamos. A quem mais jogamos na cara os próprios erros. Provavelmente porque são as pessoas que temos mais expectativas, as que mais queremos que sejam tal qual desejamos e que façam as coisas como “cremos” que devam fazer.”

Eles recordam a necessidade de dedicar tempo a comunicação, escutar o outro com atenção para tomar decisões.

É preciso entender que, muitas vezes, ajuda mais simplesmente a atenção do que as palavras.

Há uma definição de mar que eu acredito ser a de um relacionamento: “… não é para os que tem pressa, nem para os que tem uma data fixa de chegada. Não é para os que tem planos muito definidos e não estão dispostos a mudá-los. É para os que marcam uma direção, um rumo, e de deixam ir guiando pelos acontecimentos.”

Um livro de auto-ajuda onde vai rolando uma história com um pouquinho de aventura em um mar revolto. São interessantes as associações do que ocorre com o problema que cada casal enfrenta.

Vocês sabem que auto-ajuda não é o meu forte, mas como parecer geral e dentro do tema eu gostei do livro. É rápido e prático, portanto, ponto positivo. Sem enrolação para dizer o que se propôs a fazer. Legal!

“…comunicar é o que nos ajuda a crescer e, quando comunicamos, o fazemos por amor.”

45. O livro de Aron

Jim Shepard, 204p.

O livro de AronO menino Aron, personagem principal da obra, bravo com o pai e de bem com a mãe diz: “… a noite quando eles começaram a roncar eu me esgueirei até a cama deles, dei um beijinho de boa-noite nela e descobri os pés dele, pra ver se ele pegava um resfriado.” Rsrsrsrs…..

Enredo: família da Lituânia que vai morar em Varsóvia em busca de melhor trabalho e condições de vida. Aron, o filho menor é uma criança “arteira”. Aí, inicia-se a II Guerra e surge o gueto de Varsóvia. Ele conta o que acontecia lá dentro, o contrabando, o sumiço das pessoas, doenças, aglomerações, abusos… até que torna-se órfão e vai viver em um “orfanato”. Há falta de comida, enfermidade, denúncias, mendicância, entre outros. Um verdadeiro caos. O responsável pelo orfanato toma-o como pupilo esperando que ele, um dia, consiga expor as atrocidades nazistas.

O livro de Aron é escrito sob a ótica de um jovem adolescente, então a linguagem usada é a esperada, e isto me cansou um pouco, portanto não conseguia sentar e ler por muito tempo, mas o contexto é muito bom, demonstrando a vida naquela época e naquelas condições.

Como já citei anteriormente, tive oportunidade de conhecer alguns lugares associados a II Guerra in loco e um dos locais visitados foi o Museu do Levante de Varsóvia (em polonês, Muzeum Powstania Warszawskiego), por sinal, muito interessante, onde pude ver o que era uma acomodação (quarto, cozinha, sala, etc…) no gueto e, sem comentários, é preciso ver para crer! Além disso, há uma atração muito interessante neste museu que é um sobrevoo após Varsóvia estar completamente destruída pelos bombardeios. Tive vontade de chorar. É assustador estar tão perto da capacidade de destruição do ser-humano!

O livro é interessante, principalmente se você tem planos para visitar locais associados a II Guerra ou se interesse pelo que aconteceu neste evento tão violento!

44. A redoma de vidro

Sylvia Plath, 274p.

A redoma de vidroQueria muito ler este livro, aí em um site, uma pessoa disse que este tinha sido o pior livro que ela havia lido naquele ano, então fiquei meio “ressabiada”, mas como gosto de tirar minhas próprias conclusões, acabei trocando parte de um vale livro que ganhei no meu aniversário por ele.

Confesso que foi uma surpresa alguém dizer que não gostou, mas isso é pessoal. A escrita flui muito bem. A trama é interessante. O mundo machista aparece e as dúvidas / fantasmas de uma garota pressionada do interior também. Para mim, acho que demonstra como estava sentindo-se a autora na época em que o escreveu. Ela que suicidou-se aos 30 anos me parece ter sido introspectiva, melancólica afinal, este ato final é de muita coragem, ainda mais quando se tem uma família sendo construída. Aí veio a explicação, o marido deixou-a para viver com outra mulher. Pois é, aí páro e penso: sou do grupo da minoria. Detesto paixões arrebatadoras, acho que elas não trazem nada, além de mágoa e dor. Gosto dos amores que se constroem aos poucos. Sylvia e o marido conheceram-se e em 4 meses estavam casados e, como já senti na pele, acredito que essa pressa parece regra para amores fatais, muito, muito triste, além de sempre vir associado a atos covardes. A paixão é um sentimento que consome e não é possível viver com ele eternamente. Um dia esse sentimento tem que se transformar em algo diferente senão, a descarga de adrenalina nos mataria. Pior é que, muitas vezes, vem a depressão, tristeza, afinal, passa para um, mas esse um esquece que para o outro talvez ainda não tenha passado e, em geral noto atos cruéis, mesquinhos, egoístas.

Com a autora não foi diferente. O marido deixou-a por outra poetisa e foi viver o fim de semana no mesmo local onde esteve com ela na lua-de-mel. Pergunto. Por que isso? As pessoas tem tantas opções e oportunidades de fazer diferente. Por que agem assim?

Bom: fato aconteceu. Ela ligou o forno e colocou a cabeça dentro. Ponto. Fim da dor, da desesperança, do desespero!

No livro, a personagem principal que sofre de depressão, em uma época em que o tratamento desta síndrome era estranho, prenuncia um colapso. As pressões de um mundo entre a escolha da profissão ou da família também não ajudam, além de uma pré-revolução sexual. Se estes são temas que ainda são debatidos no mundo ocidental em pleno século XXI, onde mulheres ainda tem jornadas triplas, onde ainda há homens que separam mulheres para casar e mulheres para “transar”, onde ainda mulheres ganham menos e tem menos chance a ascensão profissional, entre outros temas que nem vou insinuar, o que podemos dizer do final da década de 1950, início da de 1960? Não se podia ser fora da curva. Tornava-se um ser julgado e marcado socialmente.

A obra, às vezes, é pesada mas, por todas as questões que aborda é muito interessante e, vale lembrar que foi publicada em 1963 portanto, influenciando gerações. Como diz a contracapa: “Mais do que um relato sobre o desequilíbrio emocional de uma grande personagem, é uma narrativa singular acerca das dores do amadurecimento.”

43. Uma história incomum sobre livros e magia

Lisa Papademetriou, 191p.

Claro que me interessei pelo livro porque tem a palavra livro no título Uma história incomume o comprei sem saber muito sobre o que encontraria no enredo. Parecia adolescente, mas resolvi encarar. E…. é muito adolescente mesmo!!! Mas, tudo bem, Harry Potter também deveria ser e eu me diverti muuuuito!!!! Rsrsrs…. Neste caso, infelizmente, não aconteceu a mesma coisa, tanto que me cansei logo e enrolei muito para concluí-lo!

Os capítulos, mesmo sendo curtos, me pareciam imensos e com letras minúsculas, o que não é real. Mas, ufa…. um dia, como na vida, tudo passa ou acaba!

No enredo, duas meninas em diferentes partes do mundo se chocam devido a um livro em branco que escreve sozinho dando continuidade a frases que elas iniciam e assim surge a história de amor vivida por outros mais de cinquenta anos antes.

Para quem gosta de literatura adolescente, está aí mais uma opção!

 

42. A extraordinária viagem do faquir que ficou preso em um armário Ikea

Romain Puértolas, 255p.

Capa saída CURVAS.cdrUm faquir indiano vai a uma Ikea de Paris para comprar uma cama de pregos que estava em promoção e então…. senta que lá vem história….

Ele passa a conhecer pessoas, entabular conversas enquanto espera sua encomenda chegar… mas, sem ficar devaneando de como ocorre, ele acaba preso dentro de um armário da loja e, de novo…. senta que lá vem história….

Passa pela França, Itália, é “adotado” por uma famosa e bela atriz e por aí vai…

A história é distópica, e para mim,l sem eira nem beira, não me distraindo, ao contrário, foi uma leitura cansativa, me desculpem!!!

41. Maus

Art Spielgelman, 296p.Maus

Lendo sobre a II Guerra, minha sobrinha me emprestou essa graphic novel que já não é fácil de eu conseguir acompanhar e ainda mais com um tema tão denso. Trata-se da história de um judeu durante a segunda guerra, só que esse judeu, é o pai do autor. É o relato de um sobrevivente do holocausto.

Como o formato é novo para a minha habilidade literária, confesso ter me perdido algumas vezes e retornado a algum ponto para entender o rumo da história. Isso torna a coisa toda bem interessante! Um tema que eu queria me aprofundar em um formato diferente para os meus hábitos.

Entendi que conjuntamente com a história do sobrevivente, há a história do próprio autor e sua relação com esse sobrevivente. Suas frustrações.

Tentando entender um pouco mais sobre a obra, acabei lendo que “Maus” em alemão significa “Ratos” e, no livro, os judeus são desenhados como ratos, enquanto todas as demais personagens são outro tipo de animais. Não fui a fundo para aprender alemão mas, uma perspectiva interessante do título associado ao graphic novel, ao tema e ao antropormofismo.

Também por minhas “andanças” para entender um pouco mais, eu sabia que a obra havia sido Pullitzer, mas descobri que foi a primeira neste gênero a ganhar tão famoso prêmio.

Parabéns ao autor! Divirtam-se!

40. Depois de Auschwitz

Eva Schloss, 303p.

Eu estava na iminência das férias e o planejamento me enviava para o leste europeu, conhecendo de perto muitos lugares associados a II Guerra Mundial, inclusive Auschwitz, por isso há tantas obras associadas ao tema ultimamente.Depois de Auschwitz

A viagem aconteceu? Sim… e por isso eu sumi por um longo tempo!

Realmente tive a oportunidade de visitar muitas cidades e locais associados a II Guerra e a leitura de tanta coisa sobre o tema me ajudou muito durante as minhas “andanças” por aquele canto do mundo!

Não vale aqui explicar os passeios, mas sim esta leitura, então, vamos esclarecer a capa deste livro. Não, a irmã de Anne Frank não sobreviveu ao holocausto, ela faleceu.

O pai de Anne Frank, Otto, após a guerra, se casou com Fritzi, que era mãe de Eva Schloss, autora deste livro. Então, Otto Frank foi padrasto da autora, mas Anne nunca foi sua irmã. Elas se conheceram? Sim, quando ainda eram bem jovenzinhas, mas nunca foram grandes amigas.

Eva Schloss relata sua vida, desde antes da guerra e, é super interessante! Começa com sua infância, segue a adolescência, a ocupação, o campo de concentração, a libertação, o retorno e o reinício e, como a vida seguiu. Um relato cativante de toda a sua vida!

Como eu estava lendo cada vez mais um pouco sobre o assunto, de uma só vez, confesso que era assustador. Cheguei a sonhar com Auschwitz e Eva Schloss. Alguns trechos me deixaram incrédula, mas pelas “andanças” pela história, comprovei a veracidade de atrocidades que não consigo imaginar. Definitivamente, o ser-humano não “bate bem”!!!!

Gostei bastante da leitura, pois, além do tema pesado, trouxe bastante esclarecimento sobre o pós-publicação do famoso “Diário de Anne Frank” e toda a especulação que ocorreu sobre ele.

 

 

 

39. A divindade dos cães

Jennifer Skiff, 328p.

“… decepções abrem caminho para que outras dimensões de amor e crescimento entrem em nossa vida.”

A divindade dos cãesTrata-se da boa e velha coletânea de histórias de vida envolvendo cães e amor, conforto, intuição, cura, gratidão, lealdade, compaixão, perdão… aquelas características que eles tem de sobra e que precisamos treinar com eles.

Um cão que sentiu o fogo “comendo” na casa ao lado, outro que fez companhia a alguém que estava desolado, cães de trabalho que mudaram a vida de seus donos, outro que afagava pessoas em hospitais, ensinamentos de viver o momento.

Muitas e muitas histórias de cães que tocaram a vida de alguém de forma a mudá-la. É um clichê, claro, mas não deixa de ser bonito e fofo, tornando-se uma leitura suave!

Quem me conhece sabe que gosto muito de animais e acredito que com o jeito meigo, doce e presente deles, além de um amor incondicional, eles realmente são capazes de mexer em muitas vidas.

Molly, Emma, Cooper, Sally, Gunny, Sadie, Coco, Olive, Ginger, Ziva, Hope, Mazie, Sam, Bruin, Guinness, Jif, Hooch, Red, Capone, Couscous, Hattie, Nowa, Angel, Peanut, Roxy, Bella, Sheba, Buster, Bonny, Hana, Saba, Phoenix e vários outros, SRD ou puros, resgatados ou comprados, são os muitos cães que tocaram a vida de alguém!

Vale a pena sentar e sorrir!!!

38. Para além do diário de Anne Frank

Casa de Anne Frank, 190p.Para além do diário

Cá estou no tema II Guerra e, por acaso achei este livro em uma daquelas feiras que ocorrem em shoppings. Como já li o famoso diário, este veio complementar o que sei sobre esta história. Mais legal foi, que, ao mesmo tempo estava lendo “Depois de Auschwitz”, de Eva Schloss, que era filha da segunda esposa do pai da Anne Frank e, muitos personagens e situações que li em um, associei ao outro. Foi muito interessante!

Livro feito com depoimentos dos que conviveram com a Anne Frank, do famoso diário (quem não conhece?!?!?) e com os documentos da época. Não aqueles que dividiram o esconderijo com ela, mesmo porque só um sobreviveu, Otto Frank, seu pai, mas com depoimentos daqueles que ajudaram.

A obra, desenvolvida pela Casa de Anne Frank, mostra como outras cinco pessoas auxiliaram aquelas pessoas a viverem na clandestinidade.

É bem legal porque tem muitas fotografias e documentos. E como tive a alegria de poder visitar o Museu Casa de Anne Frank um dia, conseguia visualizar todos os parágrafos, consegui sentir as dificuldades. Muito bom!

Além disso há uma biografia de cada um dos “moradores” e de cada um que ajudou. Foi uma ótima leitura, que apesar do tema forte, veio de forma suave!