Marcos Bulcão, 374p.
Que bom encontrar alguém com os mesmos dilemas que eu! Sim, pois ele diz: “quero a vida estável, uma carreira, um papel na sociedade, mas não menos uma vida nômade, com liberdade para ir aonde quiser e no momento em que a sede de novidades sobrevier, sem necessidade de justificar meus atos ou mudanças, de humor ou cidade, país ou profissão, porque eu estaria tão próximo do anonimato quanto possível.”
Tudo isso é tão eu!!! E não acaba aí… veio mais… “Alguns dirão que não há problema algum. Cresça, eis a resposta… fiz a única coisa que uma mente curiosa poderia ter feito: tentar. Tentar viver e conhecer tudo, não fechar as portas a nada, a nenhuma oportunidade, a nova experiência. Assim, viajei tanto quanto pude, fiz turismo de luxo e mochilei, mas também tive minha parte de assentamento…. sou rato de biblioteca… posso passar dias apenas na companhia de livros….”
Quer mais eu do que isso?!?!?!
E a filosofia de vida seguiu e eu fui me encontrando!!
O autor descreve sua peregrinação de Londres à Roma à pé pela Via Francígena que remonta ao século X quando o arcebispo de Canterbury registrou as etapas de seu percurso na volta de Roma, em 990, mas, 1000 anos antes, após Cláudio César liderar a segunda invasão romana da Grã-Bretanha, em 43, uma rede de estradas foi construída para conectar Roma à província da Britânia. Era a espinha dorsal do sistema (viário romano), que permitiu a expansão mercantil entre as diferentes regiões do império.
Foi redescoberta em 1895, quando o itinerário do arcebispo foi refeito por um arqueólogo italiano e o trajeto, dividido em 80 etapas, cortando 4 países (Inglaterra, França, Suíça e Itália) tornou-se “Itinerário Cultural Europeu”.
A jornada é muito legal e a escrita também. Passavam-se os capítulos sem eu notar. Uma delícia! E que coragem!! E quando eu via jornadas de 35, 48 km?!?! Afff… eu, preguiçosa que sou, não faria nem 10 km/dia. Imagina…. Mas, ler a jornada dele inspira, dá vontade de cair na estrada também… e, à pé, como ele!!!
Vamos caminhar?!?!?