169. Carolina Nabuco, 200p. / 170. Daphne du Maurier, 396p.
Então, de novo eu errei e pulei um livro, por isso os dois livros em um mesmo post? Errado!!!!! – rsrsrs – Desta vez a coisa foi feita bem pensada e analisada. Os dois juntinhos, pois há um “boato” de que a autora inglesa plagiou a brasileira. Isso lá pelos idos da década de 1930/40 e eu queria “sentir na pele” para poder discordar ou não dessa colocação.
Mas, como todo o burburinho entre as obra começou?
O da brasileira foi lançado em 1934 e anos depois, na década de 1970 foi adaptado para uma novela na Rede Globo. Mas, o que chamou a minha atenção nestes livros foi a polêmica/escândalo que houve nos meios editoriais devido à semelhança entre ele e a história do filme “Rebecca, a mulher inesquecível” de Hitchcock, vencedor do Oscar de 1941 e que baseou-se no romance “Rebecca” da inglesa Daphne du Maurier, publicado em 1938. A autora inglesa havia plagiado o original brasileiro? A autora brasileira, muito triste, preferiu esquivar-se do conflito. E eu com o “Rebecca” entre as prateleiras, resolvi ler os dois simultaneamente e tirar as minhas conclusões.
Vamos lá: o primeiro, da brasileira, descreve a posição da mulher na sociedade na década de 1930 com os tabus e opressões que raramente eram discutidos na literatura naquele tempo. Nesta obra, uma jovem, Marina, do interior, casa-se com um milionário viúvo e vem morar em sua mansão no Rio de Janeiro onde há fragmentos de sua ex-mulher, Alice, por toda parte, inclusive a presença de uma tela da ex-mulher que perturba nossa protagonista e também uma cunhada bem antipática que não a faz sentir-se bem-vinda. Pior: a ex-mulher era adorada pela maior parte da sociedade e dos amigos do casal, os quais Marina, nem os nomes consegue memorizar. Lendo e achando Alice tão fútil, torci por minha heroína, a inteligente Marina, acabar se dando bem, mas nem imaginava o que poderia ocorrer e nem contarei aqui. Leiam!!! Rsrsrs
O da inglesa, Rebecca, uma jovem acompanhante de uma rica e inconveniente senhora conhece em Monte Carlo um viúvo milionário que lhe faz a corte. Ela casa-se com ele e vai morar em uma mansão famosa e meio tenebrosa com segredos, quartos fechados e empregados taciturnos. Rebecca como a Alice da brasileira, era uma grande anfitriã e adorada por todos devido a sua elegância. A tela também existe, mas não é logo explícita pois Madame (Rebecca) não gostava muito dela e a cunhada também existe, mas não parece tão mesquinha quanto a da brasileira, em compensação a governanta…. vixiiiiii! Rsrsrsrs….
A verdade é que nota-se que a ideia geral do enredo é a mesma, mas os acontecimentos são bem diferentes entre eles. Ainda bem!!!
As duas obras são muito boas e eu gostei demais de fazer esse comparativo. Foi ideal ler os dois ao mesmo tempo, ora um pouco de um, ora um pouco do outro para ir sentindo os detalhes de cada volume e poder compará-los. Em nenhum momento confundi um ou outro, mas sou bem habituada a ler diversos livros ao mesmo tempo, mas mesmo quem não tem esse hábito, não terá dificuldade na leitura simultânea dessas obras, pois as personagens, os locais, o desenrolar das cenas são diferentes.
Se foi plágio ou não, não posso afirmar. Acredito que serviu de base e que talvez a autora não esperava tanto sucesso. Virar filme que ganha Oscar?!?! Naquele tempo não havia o dinamismo da comunicação de hoje, portanto alguém ler aqui e depois lá e associar ambas as obras seria bem difícil!!! Mas, a polêmica ocorreu e cá estamos….. décadas depois, ainda discutindo o tema e eu me divertindo lendo ambas as obras. Sinceramente: foi uma delícia!
Ah… aos fãs da cantora Enya, saiba que ela vive em um castelo vitoriano ao qual deu o nome de Manderley que é o nome da mansão em que ocorre a trama do volume inglês, de tanto que ela gostou da obra.
Divirtam-se!