64. Hilda Furacão

Roberto Drummond, 298p.Hilda Furacão

Foi um seriado famoso na TV brasileira há um bom tempo e eu que estava interessada em obras que se passassem em Minas Gerais, durante a pesquisa, me surpreendi com este título na lista! Vamos lá: não assisti a minissérie, só lembro de ser com a belíssima Ana Paula Arósio no papel de Hilda e o famoso Rodrigo Santoro como um padre, que hoje sei, se chamava Malthus. Não sabia que era baseada em um livro e muito menos a época que retratava mas, descobri.

“O que ele sente ao ver os olhos dela? / Sente uma vontade de ser bom, de amar os simples e os humilhados. / O que ele vê dentro dos olhos dela? / Vê a dor do mundo.”

As cenas se dão em Belo Horizonte e arredores. Hilda é uma prostituta famosa, há muita política e jornalismo ao longo das páginas, Malthus é idolatrado quase como um santo e o nosso narrador-autor escreve de forma fácil de segui-lo.

O livro é bom. Traz parte da história do golpe de 1964 mas, para aqueles que desejam ou esperam, como eu esperava, acompanhar uma história de amor entre a prostituta e o padre, esqueçam. Ela aparece bastante ao longo das páginas, afinal olha o nome do livro, já ele e sua mania de geleia de jabuticaba, nem tanto. Isso me decepcionou um pouco pois, fala tanto, tanto de política, comunismo, governo, assuntos que não são a minha especialidade que, por vezes, não acompanhei. Por outro lado, foi uma oportunidade de relembrar nossa história que vai se perdendo dentro da minha cabeça. Sem contar que, por eu conhecer um pouquinho de BH, pude acompanhar algumas cenas “in loco”, o que é muito bom!

“O que você chama de amor? / O que um homem sente por uma mulher e vice-versa e que é maior do que tudo e nos transforma no louco mais são da face da terra.”

O cenário BH, serve para contar a história misteriosa dela, daquela que enfeitiça os homens, uma mulher que afeta toda a cidade, que vive no quarto 304 do Maravilhoso Hotel.

“Eu vim não foi nem porque eu te amo. Eu vim …. porque eu descobri o amor que sinto por você, é um amor tão grande que não precisa ser correspondido para ser um amor feliz. Porque o amor que eu sinto por você basta por si só.”

Eu realmente gostei de incluir este livro na minha lista de leitura. Adorei rever BH e parte da história do Brasil, de uma época de poucos anos antes de eu nascer. Um rebuliço!!! Gosto quando incluo literatura nacional no meu “repertório” e ainda bem que faço isso constantemente.

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